sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Rômulo Zanchi no Concurso Literário Municipal

Neste ano a escola esteve muito bem representada no XXXIII Concurso Literário Municipal, evento literário e artístico para alunos de Ensino Médio. O concurso de crônicas e poesias premiou os textos de alunos de escolas públicas e privadas de Santa Maria, entre eles nosso aluno Paulo José Miola Junior, da Totalidade 8 (EJA), com uma menção honrosa pela crônica "Lição de sustentabilidade". A professora Matilde Taschetto, orientadora do trabalho, também foi homenageada, e juntamente com o pai do aluno Paulo, recebeu certificado de "Menção honrosa na categoria crônica" conferido pela Câmara de Vereadores de Santa Maria. Paulo não pode estar presente no evento, mas recebeu a premiação da professora Matilde e diretora Isa durante a Noite Cultural da EJA e foi muito aplaudido pelos colegas e professores.
Parabéns Paulo e Matilde!




Leia a crônica de Paulo:

Lição de Sustentabilidade

Paulo José Miola Júnior

Diariamente acordo e um delicioso e farto café me espera no conforto do meu lar. Vendo a fumaça de tal líquido preto, quente e de sabor agradável alcançando a vidraça da janela, deparo-me com um horizonte à frente de minha casa. Nele surge um sujeito de roupas sujas, rosto sofrido e um volume nas costas tão grande quanto a esperança que carrega em seus olhos, revirando a lixeira da minha casa como se estivesse a procura de algo.
Ao presenciar a poluída cena em plena refeição matinal, desvio meu olhar para a televisão, e vejo um grupo de pessoas que representam várias nações, discutindo fundamentos para que tenhamos um mundo autossustentável e menos poluído. Ao ouvir tais discursos tenho que prestar atenção para entender palavras tão colocadas, orquestradas para fins políticos. Vejo pessoas bem vestidas e de fala dominante que se dizem preocupadas com o futuro do planeta, parecem não dizer nada. Percebemos que tais discursos não agradam, pois só apontam as causas de vários problemas e não suas soluções, tenho a impressão que tais medidas são ineficientes e insatisfatórias.
Meu café está frio e fraco; frio como um discurso sensacionalista de comunhão ecológica e fraco como as medias adotadas para os problemas de tamanha magnitude.
Minha refeição não parece tão saborosa e começa a embolar na garganta.
Procuro ver outra imagem, a fim de remediar minha insatisfação, eis que vejo a lixeira em frente a minha casa vazia e aquele senhor que antes de rosto sofrido, agora me olha com um largo sorriso.
Meu conceito de visão poluída muda repentinamente, minha indignação torna-se notória com grande parte do mundo. Mas o que eu faço para mudar?
Neste momento percebo que somente ações práticas podem salvar o planeta. Também de nada adianta repudiar ações mal vistas aos meus olhos e aos olhos de muita gente, sem que arregacemos as mangas e estejamos dispostos a mudar o planeta.
Minha visão poluída de outrora se faz tão renovada quanto meu conceito de sustentabilidade e é, a partir daí, que começo a praticar ações para realmente tentar salvar o planeta em que vivo.
Pois é, minha gente:
Melhorar o planeta às custas de um bom café e belos discursos, por certo não dá.

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